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6 de janeiro de 2009

Gran Torino

Com Gran Torino, Clint Eastwood na última tentativa de ganhar um Oscar na categoria de atuação,
coisa que ele não tem ainda, fecha com louvor a sua filmografia como ator.


Título Original: Gran Torino
País de Origem: EUA
Gênero: Drama
Ano de Lançamento: 2008
Direção: Clint Eastwood

Clint Eastwood, que por grande parte da sua vida atuou matando vilões nos seus filmes Westerns, decide terminar a sua carreira como diretor e acima de tudo como um diretor que trabalha mais facilmente com fortes dramas e constrói sobre este terreno ótimos filmes. Este ano ele surge novamente em dose dupla, como em 2006, com “A Troca” e “Gran Torino”.

Esse último conta a história de Walt Kowalski (Clint Eastwood), um racista veterano da guerra da Coréia, que após a morte da esposa passa a viver sozinho em um bairro de Detroit dominado por imigrantes Hmong. Quando uma gang local pressiona o vizinho adolescente dele, Thao (Bee Vang), a roubar o Gran Torino que ele tanto cuida, acaba por forçá-lo a ter certa proximidade com os vizinhos, na verdade uma amizade que nem ele achava que poderia acontecer. Thao, como pedido de desculpas, passa a trabalhar com Walt e a aprender muito com a experiência de vida daquele velho ranzinza, mas com um coração imenso. Walt passa a simpatizar com a cultura dos Hmong e eventualmente, devido ao seu envolvimento com Thao, se mete em alguns conflitos com a gang que desde a tentativa frustada de roubar o Gran Torino, não deixa a família do seu vizinho viver em paz. Gran Torino nunca foi símbolo de um grande carro americano, o que torna o amor do protagonista pelo carro ainda mais comovente. Foi feito no anos 60 e 70, o por uma indústria que hoje mal faz um carro, em uma cidade que dificilmente trabalha com isso.

Eastwood, que também dirige o longa de forma satisfatória, aparece primeiro como um antagonista cômico, com toda a sua relutante amargura e todos os seus preconceitos que são demonstrados desde grunhidos para a forma como a sua neta se veste no funeral da esposa dele até palavras amargas para o jovem padre que para ele não passa de um “virgem de 27 anos que acabou de concluir os estudos e que gosta de segurar as mãos das velhas que são supersticiosas, prometendo a eternidade”. Enquanto a história avança e a gang volta a atormentar os vizinhos de Walt, o filme muda de comédia, para drama e ele passa de “antagonista dos vizinhos” a “protetor” de uma maneira tão sutil que nem nos damos conta que começamos de fato a admirar a atitude daquele velho ranzinza, ao invés de apenas rir dela.

E por falar em atuação, Bee Vang e Ahney Her (os vizinhos adolescentes do Walt), apesar de nunca terem trabalhado com cinema não fazem feio, dá para notar um pouco da insegurança deles mas no geral trabalharam bem no longa que apesar de um tema não muito original (racista que vai tendo o coração amolecido no decorrer da narrativa) "Gran Torino" mostra-se um filme intenso, sincero e emocionante. Eastwood, sozinho e sem medo carrega nas costas, e melhor, aguenta o peso com o mesmo vigor de um artista que estaria apenas começando e cheio de vontade de impressionar e provar que é bom, exceto pelo fato de que ele é um veterano reconhecido e que não precisa provar mais nada para ninguém. E vale lembrar ainda que mais uma vez o Clint nos presenteia com uma música emocionante, "Gran Torino" cantada por ele e pelo Jamie Cullum, tudo bem que a parte que ele 'canta' são mais grunhidos do que qualquer coisa, mas ainda assim a música consegue emocionar.

Cotação: 8,0

27 comentários:

Cine&Club2* disse...

Vou esperar pra ver no cinema, acho que o Clint vai ter mais uma indicação, mais ainda não será dessa vez !

Anônimo disse...

Olha, em relação à música do filme, acho simplesmente péssima somente por causa do Eastwood dando uma de cantor, mesmo com a bela parte do Jamie Cullum. Quanto ao filme, tenho certa expectativa, mas espero sinceramente que seja esquecido no Oscar (seria absurdo a Academia lembrar dessa pérola após todos os outros prêmios o ignorarem). Abs!

Marcel Gois disse...

Cleber, sinceramente eu não sei nem se ele consegue a indicação. Não que ele não mereça, pelo contrário, até merece! Mas eu não vejo espaço para ele esse ano. Mas pode ser que eles nos surpreenda e apareça na listinha top5 do oscar!

Vinícius, a parte que o Clint resmunga é terrivel mesmo, mas inserida no contexto do filme, a parte que o Jamie Cullum começou a cantar me emocionou.. =D E eu também não acredito que o oscar vai lembrar dele. Na minha lista de apostar ele não está nem na categoria de melhor ator..

Pedro Henrique Gomes disse...

Deve ser um filmaço. Clint sabe tudo. Espero pela estréia!!! Abraço!

Sergio Deda disse...

Gostei do filme, é muito bom mas nada de excepcional, seus trabalhos anteriores foram melhores, não sei de A Troca, pois ainda não assisti.
A melhor coisa do longa é Clint atuando sem dúvidas, mas como vc disse acima esse ano tá sem espaço para ele receber uma indicação.

Sergio Deda disse...

Ah maluco!
Já pode mandar seus votos do Prêmio do Júri ao Blog dos Cinéfilos Awards! E mande logo!
kkkkkkkkkkkkkk

Marcel Gois disse...

Pedro Henrique, pode esperar que vale a pena. Abraço! =)

Serginho, já tenho pronto a lista mas tem um problema, não vi filme nacional suficiente, só vi 4 dos que foram lançados esse ano e um deles foi Falsa Loura, que eu planejo deixar fora da lista.. comofas? uahsuha me indica mais dois ótimos para eu assistir e por na lista! uahuahuah

Rafael Moreira disse...

Doido pra ver. Amo a filmografia de Eastwood. Outra coisa, aceito parceirias, sim. É só dá certeza (:

Abraço!

Kaio disse...

Eu juro que to relutando em baixar esse filme,mas não vou conseguir.Só de ver Eastwood repetindo um papel parecido com Dirty Harry já vale a pena.

Yuri Dias disse...

Fiquei ainda mais curioso. Vou assistir o filme amanhã e volto pra fazer um comentário melhor.

Gostei do seu blog, parabéns ;)

Anônimo disse...

E todo mundo comentando sobre a tal cena da cantoria do Clint. hehe Até já baixei mas ainda não assisti, agora sua crítica me deixou com uma boa expectativa. De qualquer forma, gosto do Clint como diretor e ator, nunca desgostei de nada que tenha feito. Realmente deve ser bom.

[]s!

Anônimo disse...

Parece um personagem forte e o que li me agradou. Espero que aconteça o mesmo no cinema. Essa semana verei "A troca", gosto da direção de Clint, acredito que os dois filmes são intensos.
Abraço!

Hugo Bessa disse...

Eu amei tudo nesse filme. As atuações, a história, a música... Clint tem nos brindado com uma pérola atrás da outra, e eu sempre aguardo seus filmes com ansiedade. Espero que ele seja lembrado no Oscar. Ele merece.

Marcel Gois disse...

Rafael, também gosto muito da filmografia dele. e seu link já está adicionado no blogroll.

Kaio, confesso que não vi Dirty Harry, mas verei em breve, todos estão comentando que ele praticamente ressuscitou o personagem.

Yuri, obrigado. E aguardo seu comentário então.

jeff, pois eh, tudo que tem o dedo dele merece uma chance, e normalmente não desaponta! Abraço.

Xarão, "A Troca" eu estava aguardando mais do que esse. Mas espero que me surpreenda tanto como "Gran Torino" surpreendeu. Abraço

Hugo, e o pior que eu acho que o filme vai passar despercebido nesse oscar, infelizmente.

Matheus Pannebecker disse...

Eu não gostei desse filme. Eastwood já tinha trabalhado essa história de "amargurado que tem o coração amolecido" em Menina de Ouro e aqui só repete a história em um resultado mais inferior. Egocêntrico, o diretor tem em "Gran Torino" um de seus filmes mais fracos, ainda que o longa seja assistível e sem maiores problemas.

Anônimo disse...

Acho que ele não aparece na lista dos indicados esse ano. Merecia um pelo conjunto da obra logo.

ps: gostei mt do blog, parabéns! Acompanharei a partir de agora.

Robson Saldanha disse...

Marcel, nunca vi nada demais nas atuações de Clint. Mas quero ver esse filme sim! Parece ser marcante!

Marcel Gois disse...

Matheus, o tema do filme realmente não é original, concordo que se comparada com outros do nível de "Menina de Ouro" sai perdendo, mas acho que isso não diminui os méritos de "Gran Torino".

Pedro, obrigado pelo elogio, e obrigado pelo link, vou adicionar vc no meu blogroll tb. E também acho que esse ano ele não aparece na lista dos indicados, mas merecia um pelo conjunto da obra.

Robson, eu recomendo, particularmente acho que sempre vale a pena assistir um trabalho do Clint.

Museu do Cinema disse...

Filmão Marcel, gostei demais, é simples, é objetivo, não desmerece a inteligência do espectador e ainda tem Clint dando uma de Dirty Harry.

O cinema de Eastwood está cada vez melhor, ele se supera a cada ano!

Anônimo disse...

Oi Marcel, realmente não havia pensado por esse lado. Antes de assistir pensei que fosse uma tentativa de um novo início com um drama, algo que não poderiamos esperar do Belga...mas vendo o outro lado, Van Damme também assume que por falta de opções, aceitava qualquer projeto e que estava devendo uma grana para seus advogados. No geral achei o protesto dele bem válido, depois que você assistir me diga o que achou!

Anônimo disse...

Duas coisas: primeiro que o filme é bom pra caramba, nem esperava tanto...

Depois, sobre a música... haha, a parte que o Clint Eastwood canta é melhor que a do cantor lah, sem sacanagem...

Kau Oliveira disse...

Fala Marcel, tudo certo cara?

Bom, Clint é, no mínimo, um diretor impressionante. Mais uma vz aparece com dois trabalhos elogiadíssimos pela crítica no mesmo ano. Não vi nenhum dos dois, pois os aguardo no cinema, mas seu texto só me deixou mais animado com Gran Torino.

Abraços!

Marcel Gois disse...

Cassiano, concordo com seu comentário, foi justamente essa simplicidade que mais me fez gostar do filme.

Pedro, pode ser que assistindo eu passe a pensar de outra forma, dps que li o que você escreveu procurei mais coisas e vi até gente dizendo que tirando o começo canastrão, aquela tinha sido uma das obras mais sinceras que já tinha visto. Assim que assistir eu te digo o que achei.

Ernesto, você é a primeira pessoa que eu vejo falar isso! rs Mas eu adoro o trabalho do Jamie Cullum, que no caso seria o "cantor lá", rsrsrs, então tenho certa tendência a gostar das coisas que ele faz.

Kau, tudo certo e vc? Gosto muito do trabalho do Clint, mas com relação ao outro projeto dele eu não estão muito animado com as coisas que andei lendo e já nem espero muito. Obrigado pela visita. Abraço.

Romeika disse...

Tenho mais expectativas quanto a esse filme do q "A Troca". Mas acho que ainda vai demorar a estrear por aqui.

Marcel Gois disse...

Eu também tinha Romeika, e ainda bem que o filme correspondeu as minhas expectativas! Devo conferir "A Troca" na próxima semana, mas nem espero muito.

Anônimo disse...

É um grande filme e merecia estar nas listas de prêmios no lugar de outros filmes superestimados (e ruins) demais. E não interessa se é um tema batido. É um filme de simplicidade incrível, mas intenso, cru, e com diálogos que passam longe do politicamente correto atual. Só pela coragem já vale a pena conferir.
E que bela estréia nos cinemas dos EUA: R$ 29 milhões no fim de semana e primeiro lugar nas bilheterias.

Marcel Gois disse...

J. Arlei, concordo com seu comentário, vale muito a pena conferir mesmo!