28 de janeiro de 2009
Frost /Nixon
Título Original: Frost/Nixon
País de Origem: EUA
Gênero: Drama
Ano de Lançamento: 2008
Diretor: Ron Howard
Durante o período de campanha eleitoral cinco pessoas foram detidas tentando fotografar documentos e instalar aparelhos de escuta no escritório do Partido Democrata. Durante a investigação oficial foram apreendidas fitas que demonstram que o presidente tinha conhecimento das operações ilegais contra a oposição. Com as ligações entre os atos de espionagem e Partido Republicano, Nixon renunciou e foi substituído pelo vice Gerald Ford, que assinou uma anistia, retirando-lhe as devidas responsabilidades legais perante qualquer infração que tivesse cometido. Esse escândalo político ficou conhecido como o Caso Watergate (nome do edifício onde ficava o escritório do Partido Democrata). Na época Nixon tinha acabado de ser reeleito pela esmagadora maioria, 520 colégios eleitorais contra 17, traumatizando politicamente a nação americana com a sua atitude.
“Frost/Nixon”, como todos já devem saber, não trata exatamente sobre isso, mas achei necessário falar sobre o Watergate já que ele foi o principal motivo para a renúncia de Nixon (Frank Langella) e consequentemente, para entrevista dele com David Frost (Michael Sheen). E é isso que o filme retrata, a batalha de Frost para conseguir a entrevista com o presidente e os bastidores das gravações que resultaram em quase 30 horas de material. Foi ao ar em 1977, três ano após o escândalo, e durante a entrevista Frost confrontou Nixon sobre diversos assuntos dentre eles o escândalo do Watergate e a conduta do presidente enquanto estava na Casa Branca naquele período.
Frost, antes um apresentador de talk shows (o que colocava em dúvida a credibilidade dele para realizar tal entrevista), estaria preste a encarar aquela que seria ‘A’ entrevista da vida dele. E um dos méritos desse roteiro inteligente que o Peter Morgan desenvolveu foi justamente o foco no personagem do Frost. Morgan, que também escreveu a peça de mesmo nome estrelada pela mesma dupla de atores (Sheen e Langella), deu um ritmo mais atraente quando decidiu que os bastidores da entrevista, do ponto de vista do apresentador e dos seus assessores, poderiam tornar o filme menos enfastiante e até sair de um nível meramente político.
Michael Sheen e Frank Langella, com a facilidade e a segurança de quem já está acostumado com aquele complexo nível de atuação, conduzem os personagens com competência e de forma magistral. Sheen demonstrando a inexperiência do Frost que diante do Nixon ficava até sem saber como conduzir a entrevista e cortar todos os discursos floreados do presidente, e Langella, numa caracterização espetacular, demonstra toda a fragilidade do presidente ser humano e cheio de defeitos, que apesar da disposição de se reconstruir socialmente, acaba por confessar verbalmente sua atitude corrupta e esteticamente sua vergonha, que àquela altura da entrevista já estava visivelmente estampada no rosto dele, misturada a sensação de fracasso.
O resultado foi um filme simples, linear e que foi muito bem executado pelo Ron Howard. O embate entre Frost e Nixon é o acontecimento central do filme, é fato que nada mais acontece, porém apesar disso em nenhum momento o espectador fica entediado. A excelente edição, aliada ao roteiro inteligente do Peter, deu fôlego suficiente para filme chegar ao final e ainda deixar um gostinho de quero mais. Esse será com certeza um do melhores e mais surpreendentes filmes dessa temporada.
Cotação: 9,0
País de Origem: EUA
Gênero: Drama
Ano de Lançamento: 2008
Diretor: Ron Howard
Durante o período de campanha eleitoral cinco pessoas foram detidas tentando fotografar documentos e instalar aparelhos de escuta no escritório do Partido Democrata. Durante a investigação oficial foram apreendidas fitas que demonstram que o presidente tinha conhecimento das operações ilegais contra a oposição. Com as ligações entre os atos de espionagem e Partido Republicano, Nixon renunciou e foi substituído pelo vice Gerald Ford, que assinou uma anistia, retirando-lhe as devidas responsabilidades legais perante qualquer infração que tivesse cometido. Esse escândalo político ficou conhecido como o Caso Watergate (nome do edifício onde ficava o escritório do Partido Democrata). Na época Nixon tinha acabado de ser reeleito pela esmagadora maioria, 520 colégios eleitorais contra 17, traumatizando politicamente a nação americana com a sua atitude.
“Frost/Nixon”, como todos já devem saber, não trata exatamente sobre isso, mas achei necessário falar sobre o Watergate já que ele foi o principal motivo para a renúncia de Nixon (Frank Langella) e consequentemente, para entrevista dele com David Frost (Michael Sheen). E é isso que o filme retrata, a batalha de Frost para conseguir a entrevista com o presidente e os bastidores das gravações que resultaram em quase 30 horas de material. Foi ao ar em 1977, três ano após o escândalo, e durante a entrevista Frost confrontou Nixon sobre diversos assuntos dentre eles o escândalo do Watergate e a conduta do presidente enquanto estava na Casa Branca naquele período.
Frost, antes um apresentador de talk shows (o que colocava em dúvida a credibilidade dele para realizar tal entrevista), estaria preste a encarar aquela que seria ‘A’ entrevista da vida dele. E um dos méritos desse roteiro inteligente que o Peter Morgan desenvolveu foi justamente o foco no personagem do Frost. Morgan, que também escreveu a peça de mesmo nome estrelada pela mesma dupla de atores (Sheen e Langella), deu um ritmo mais atraente quando decidiu que os bastidores da entrevista, do ponto de vista do apresentador e dos seus assessores, poderiam tornar o filme menos enfastiante e até sair de um nível meramente político.
Michael Sheen e Frank Langella, com a facilidade e a segurança de quem já está acostumado com aquele complexo nível de atuação, conduzem os personagens com competência e de forma magistral. Sheen demonstrando a inexperiência do Frost que diante do Nixon ficava até sem saber como conduzir a entrevista e cortar todos os discursos floreados do presidente, e Langella, numa caracterização espetacular, demonstra toda a fragilidade do presidente ser humano e cheio de defeitos, que apesar da disposição de se reconstruir socialmente, acaba por confessar verbalmente sua atitude corrupta e esteticamente sua vergonha, que àquela altura da entrevista já estava visivelmente estampada no rosto dele, misturada a sensação de fracasso.
O resultado foi um filme simples, linear e que foi muito bem executado pelo Ron Howard. O embate entre Frost e Nixon é o acontecimento central do filme, é fato que nada mais acontece, porém apesar disso em nenhum momento o espectador fica entediado. A excelente edição, aliada ao roteiro inteligente do Peter, deu fôlego suficiente para filme chegar ao final e ainda deixar um gostinho de quero mais. Esse será com certeza um do melhores e mais surpreendentes filmes dessa temporada.
Cotação: 9,0
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8 comentários:
Como jornalista, estou doida para conferir este filme. Sou fã dos roteiros de Peter Morgan e fico feliz de ver que você destaca este como um dos pontos altos deste filme.
Eu não dava nada por esse filme. Achei que fosse cansativo, mas realmente o roteiro é tão bom, que não deixa a história cair. Vale muito a pena conferir, e merece as indicações.
"Frost/Nixon" me surpreendeu positivamente, até porque nunca espero nada de mais do cinema do Ron Howard. Acho que talvez seja seu melhor trabalho, que ganha destaque óbvio pela atuação da dupla de protagonistas. Abraço!
Gostei muito desse filme.
Wow. E os elogios só vão rasgando. Não vejo a hora de conferi-lo. Tem tudo para me agradar.
Ciao!
Eu acho que Peter Morgan tem o dom de escrever roteiros que retratam política e soberania. Acho seu texto para A Rainha magnífico em cada diálogo! Fiquei com o pé-atrás ao saber que Ron Howard era o diretor de Frost/Nixon, mas vejo que mesmo assim o filme é excelente.
Abraços!
Deve ser um bom filme. Aqui tem cabine só dia 13. Espero muito do filme.
O filme é realmente sensacional e para quem é da área do jornalismo como eu, tem um gosto a mais.
Eu até gosto do estilo do Ron Howard, mas O Código Da Vinci foi um retrocesso imenso, o que me deixou meio receoso em relação a Frost/Nixon.
Graças a Deus, Howard voltou à velha forma. E graças a Deus Peter Morgan foi o roteirista!
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