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12 de maio de 2009

Divã

Antes de mais nada, ia escrever sobre o filme na data de estréia, mas minha agenda anda meio complicada por causa do estágio, então, me perdoem pela demora. Hoje em dia, Divã, como previsto, é um sucesso, já tendo ultrapassado a marca de 1 milhão de espectadores, com um mês de exibição.


Como todos sabem, o Talking About Movies foi convidado para a pré-estréia para convidados do filme Divã, da atriz Lilia Cabral. Estava esperando que o filme estreasse nos cinemas pra poder escrever sobre e, como a estréia foi sexta-feira e só se fala no filme (aqui no RJ pelo menos), aí vai.

Quando eu cheguei pra pré-estreia, Lilia Cabral estava sentada em um café dentro do cinema conversando com amigos. Lilia é o tipo de atriz que estava demorando muito pra conseguir uma chance como esta, de protagonizar uma produção. Suas atuações em novelas são sempre soberbas e, SEMPRE, roubam a cena. Ela é conhecida por dar uma carga emotiva absurda e genuína a todas suas personagens. A Marta de Páginas da Vida, uma vilã que todos, de alguma forma, conseguiam entender. Catarina de A Favorita, que apanhava do marido e, mesmo assim, continuava com ele. Lilia sempre foi, por fim, aquela que fazia suas personagens mulheres de verdade. De alguma forma, percebi, naquele dia, que ela simplesmente fazia de suas personagens a extensão de uma parte dela mesma, seja ela qual for.

Ao abrir a sessão, Lilia falou com o público e, naturalmente, agradeceu a presença de todos e anunciou que assistiriamos em primeira mão o filme com seu corte final e acabamento. Entretanto, foi outra afirmação que me chamou a atenção. "Este filme", disse ela, "não tem nenhuma daquelas complicações. É um filme muito, muito simples. E eu só espero genuinamente que vocês gostem, porque eu amei fazer". E ela não poderia ter definido melhor o que teriamos pela frente.

Sim, Divã é um filme muito simples. Mas nunca isso se torna um defeito. Talvez mais pelo elenco do que pelo seu texto, realmente, o filme é delicioso da primeira cena à última. Mercedes (Lilia) é uma mulher que se declara feliz, completamente. Tem uma vida muito boa, com seu marido (José Mayer, que, pela primeira vez, não é o bruto garanhão) e dois fillhos e vive sorrindo com sua amiga Mônica (Alexandra Richter, excelente). Até o belo dia que resolve ir ao psicólogo e revira sua vida ao avesso, indo de um novo corte de cabelo à atitudes mais drásticas.

Lilia cabral é o centro e motor do filme. Brilhante, ela carrega o humor sem cair no exagero e no caricato da mulher de meia idade bancando a adolescente. Até mesmo as piadas clichês que, sim, o roteiro tem, ficam naturais quando declamadas por ela. E, nesse ponto, a química com Alexandra - que fez dupla com ela na versão teatral da peça - ajuda bastante. Reynaldo Gianechinni também está, para mim surpreendentemente, bem, e sua cena com Lilia no carro é impagavel. Entretanto não só de humor vive o filme. Afinal, se fosse assim, não seria uma personagem de Lilia Cabral. Humana, Mercedes sofre. E faz todos chorarem dentro do cinema, com uma verdade absoluta em seus olhos. A cena dela no hospital é nada menos que brilhante.

Não vi a peça - sucesso absoluto -, confesso. Mas acredito que a versão cinematográfica tenha feito algum bem a história. São mais cenários e mais desenvoltura para desenvolver a trama, que, no teatro, se resumia a poucos personagens e, em sua maior parte, pelo que me contaram, em Lilia sentada em seu famoso Divã do título. Mas sei que o grande tempo em cartaz no país também trouxe seus beneficios. Não duvido em nada que Lilia estivesse brilhante desde a estréia, mas tenho certeza que o tempo fez com que personagem e atriz se confudissem: hoje, Lilia é Marta, mesmo que suas vidas tenham tido rumos diferentes. Lilia respira, sofre e ri como ela própria no filme. Em seu simples e delicioso filme. Três vivas para Lilia Cabral.


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PS: Parabéns a todos que participaram e venceram a promoção de nosso blog, mesmo que feita em cima da hora. Os vencedores foram comunicados por e-mail e tenho certeza, curtiram tanto quanto nós o filme. Publicamos, aqui, uma das melhores respostas que tivemos:

Quem Precisa Ir Pro Divã?
Resposta de :
Rubens Ewald Filho. Para o cara chamar a Laura Dern de feia, só pode ter problema.

8 comentários:

Airton disse...

grande atriz
artigo sobre conectuuvidade no blog

http://publicandobr.blogspot.com/

- cleber . disse...

Comercial, porém bom!

Kamila disse...

Uma amiga minha assistiu ao filme e gostou bastante. Disse que é leve e divertido. Fiquei com muita vontade de vê-lo após isso e ler a sua crítica, Breno!

Anônimo disse...

cara, vou te confessar que eu não tinha a menor vontade de ir assistir a esse filme, mesmo reconhecendo a competência da Lilia Cabral...

com teu post fiquei um pouco mais confiante pra encara-lo!

abraços

Anônimo disse...

Não me interesso muito pelo filme e não conheço muito do trabalho da Lilia Cabral, mas se tiver oportunidade verei.
Não sou muito ligado em novelas.

Gabriel Von Borell disse...

Tô curioso sobre esse filme !

Abraços

Wally disse...

Hahahaha, adorei a resposta do Felipe! Muito boa! O REF é infâme por suas frases um tanto insensatas e tolas. Como aquela em que critica os traços de Christian Bale como o Batman, algo PAVOROSO!

Quanto ao filme, deixarei para conferir em DVD mesmo.

Ciao!

Ygor Moretti disse...

Adoro filme nacional, mas com uma ressalva: esses da globo naum me descem, a sensação é q são feitos por atores de uma mesma novela em um fim de semana de folga rss, claro q exagerei, mas não me convence nem desperta vontade de ve-lo.

Não me importo se o filme é ou não comercial, mas esses chamados filmes globais naum da naum...