26 de fevereiro de 2009
Dúvida
País de Origem: USA
Gênero: Drama
Ano de Lançamento: 2008
Direção: John Patrick Shanley
Um dos meu maiores desejos de cinéfilo era assitir Meryl Streep contracenando com Philip Seymour Hoffman. Minha atriz e meus ator preferidos, juntos? Era bom de mais pra ser verdade! Foi quando surgiu os primeiros rumores de que isso poderia acontecer, que eu já comecei a ficar ansioso! E ainda mais quando soube que além deles dois, a Amy Adams, que eu considero a mais talentosa dessa nova geração, iria dividir os holofotes com eles dois. Aí era felicidade demais pra um cinéfilo só!! Três grandes atores trabalhando juntos, num drama intenso e cheio de espaço para brilharem, eu poderia pedir mais? Acho que não! [talvez sim, se fosse em um filme dirigido pelo PTA e ainda tivesse a Kate Winslet, eu não acharia ruim! rsrs] Mas enfim, dito isso, vamos ao que interessa.
O ano é 1964 e o cenário é a escola St. Nicholas, no Bronx. O carismático e nada tradicional padre Flynn (Philip Seymour Hoffman), vem tentando acabar com os rígidos costumes da escola, que há muito é seguido ferozmente pela irmã Aloysius Beauvier (Meryl Streep), a diretora com mãos de aço que acredita no poder do medo e da disciplina. Os ventos das mudanças sopram pela comunidade e a escola acaba de aceitar seu primeiro aluno negro, Donald Miller. Mas quando a inocente irmã James (Amy Adams), conta à irmã Aloysius sobre sua suspeita, de que o padre Flynn está dando atenção exagerada a Donald, a irmã Aloysius se vê motivada a empreender uma investigação para descobrir a verdade e banir o padre da escola. Agora, sem nenhuma prova ou evidência, exceto sua certeza moral, a irmã Aloysius trava uma batalha de determinação com o padre Flynn tentando a qualquer custo expulsá-lo da escola.
Acho que o tema mais abordado no filme é a fé, principalmente o que diz respeito à perda dela, já que é fato que a dúvida e a fé seguem caminhos completamente opostos. De um lado a irmã Aloysius, se mostra convicta em suas crenças. Do outro as dúvidas e os questionamentos corroem a irmã James, que apesar de ter sido a mola propulsora de toda a história, acredita cada vez menos no que viu. O padre Flynn é o centro de toda a história, e sua personalidade oposta a da irmã Aloysius, torna-se um dos grandes motivos para a desconfiança exagerada (ou não) da freira. É tradição versus mudanças de comportamento. É inocência versus malícia. Eé além de tudo isso um ótimo roteiro, do John Patrick Shanley, que à medida que vai se desenvolvendo, mostra que Aloysius e Flynn estão mais próximos do que imaginam. Seja pelas convicções, pelas dúvidas ou pela culpa de erros do passado/presente.
O roteiro, que apesar de contar com um número exorbitante de cenas com puro diálogo, ao final prova que nenhum daqueles poderia ter sido dispensado. Cenas em que muito se foi falado, mas pouco foi realmente dito. Ou até cenas em que muito se foi dito sem necessariamente ter sido verbalizado. E é aí que as dúvidas começam a surgir para o espectador, a incerteza nos fatos deixa o público às vezes propenso a acreditar na bondade do padre e outras vezes desconfiado das atitudes dele. No meio de tanta certeza há sempre espaço para o imprevisto, tornando a dúvida inevitável em algumas situações.
À margem desse roteiro teatral, apoiado em diálogos fortes, todos os atores tiveram espaço de sobra para brilhar e o John Patrick Shanley, soube trabalhar isso ao favor do filme fazendo o trabalho daqueles maravilhosos profissionais o ponto forte no longa. Meryl Streep, com força e intensidade constrói uma personagem que ao mesmo tempo em que passa toda sua convicção, contribui para aumentar a dúvida que corrói também o espectador. Philip Seymour Hoffman, que cria de forma precisa um personagem de caráter duvidoso, trabalho difícil, mas que ele tirou de letra. Amy Adams, com toda a inocência pedida pela personagem, mostra mais uma vez porque é uma das atrizes mais promissoras da nova geração. Viola Davis, que aparece uma única vez no filme em uma sequência de tirar o chapéu também trabalhar extremamente bem.
Embora esses dois fatores (roteiro e interpretações) sejam os pontos mais altos do filme, ainda assim, sobra destaque para o lado técnico da produção, desde a cuidadosa fotografia de Roger Deakins até a conveniente trilha sonora de Howard Shore, passando ainda pelos cuidados da figurinista Ann Roth e da direção de arte de Peter Rogness. Por mais que eu concorde que a direção do John Patrick Shanley não chega a emplogar, eu ainda assim acho que não é isso que vai tirar do filme todos os outros méritos alcaçados, seja na parte técnica, seja nos trabalhos dos atores e até no roteiro bem adaptado!
Cotação: 9,0
Gênero: Drama
Ano de Lançamento: 2008
Direção: John Patrick Shanley
Um dos meu maiores desejos de cinéfilo era assitir Meryl Streep contracenando com Philip Seymour Hoffman. Minha atriz e meus ator preferidos, juntos? Era bom de mais pra ser verdade! Foi quando surgiu os primeiros rumores de que isso poderia acontecer, que eu já comecei a ficar ansioso! E ainda mais quando soube que além deles dois, a Amy Adams, que eu considero a mais talentosa dessa nova geração, iria dividir os holofotes com eles dois. Aí era felicidade demais pra um cinéfilo só!! Três grandes atores trabalhando juntos, num drama intenso e cheio de espaço para brilharem, eu poderia pedir mais? Acho que não! [talvez sim, se fosse em um filme dirigido pelo PTA e ainda tivesse a Kate Winslet, eu não acharia ruim! rsrs] Mas enfim, dito isso, vamos ao que interessa.
O ano é 1964 e o cenário é a escola St. Nicholas, no Bronx. O carismático e nada tradicional padre Flynn (Philip Seymour Hoffman), vem tentando acabar com os rígidos costumes da escola, que há muito é seguido ferozmente pela irmã Aloysius Beauvier (Meryl Streep), a diretora com mãos de aço que acredita no poder do medo e da disciplina. Os ventos das mudanças sopram pela comunidade e a escola acaba de aceitar seu primeiro aluno negro, Donald Miller. Mas quando a inocente irmã James (Amy Adams), conta à irmã Aloysius sobre sua suspeita, de que o padre Flynn está dando atenção exagerada a Donald, a irmã Aloysius se vê motivada a empreender uma investigação para descobrir a verdade e banir o padre da escola. Agora, sem nenhuma prova ou evidência, exceto sua certeza moral, a irmã Aloysius trava uma batalha de determinação com o padre Flynn tentando a qualquer custo expulsá-lo da escola.
Acho que o tema mais abordado no filme é a fé, principalmente o que diz respeito à perda dela, já que é fato que a dúvida e a fé seguem caminhos completamente opostos. De um lado a irmã Aloysius, se mostra convicta em suas crenças. Do outro as dúvidas e os questionamentos corroem a irmã James, que apesar de ter sido a mola propulsora de toda a história, acredita cada vez menos no que viu. O padre Flynn é o centro de toda a história, e sua personalidade oposta a da irmã Aloysius, torna-se um dos grandes motivos para a desconfiança exagerada (ou não) da freira. É tradição versus mudanças de comportamento. É inocência versus malícia. Eé além de tudo isso um ótimo roteiro, do John Patrick Shanley, que à medida que vai se desenvolvendo, mostra que Aloysius e Flynn estão mais próximos do que imaginam. Seja pelas convicções, pelas dúvidas ou pela culpa de erros do passado/presente.
O roteiro, que apesar de contar com um número exorbitante de cenas com puro diálogo, ao final prova que nenhum daqueles poderia ter sido dispensado. Cenas em que muito se foi falado, mas pouco foi realmente dito. Ou até cenas em que muito se foi dito sem necessariamente ter sido verbalizado. E é aí que as dúvidas começam a surgir para o espectador, a incerteza nos fatos deixa o público às vezes propenso a acreditar na bondade do padre e outras vezes desconfiado das atitudes dele. No meio de tanta certeza há sempre espaço para o imprevisto, tornando a dúvida inevitável em algumas situações.
À margem desse roteiro teatral, apoiado em diálogos fortes, todos os atores tiveram espaço de sobra para brilhar e o John Patrick Shanley, soube trabalhar isso ao favor do filme fazendo o trabalho daqueles maravilhosos profissionais o ponto forte no longa. Meryl Streep, com força e intensidade constrói uma personagem que ao mesmo tempo em que passa toda sua convicção, contribui para aumentar a dúvida que corrói também o espectador. Philip Seymour Hoffman, que cria de forma precisa um personagem de caráter duvidoso, trabalho difícil, mas que ele tirou de letra. Amy Adams, com toda a inocência pedida pela personagem, mostra mais uma vez porque é uma das atrizes mais promissoras da nova geração. Viola Davis, que aparece uma única vez no filme em uma sequência de tirar o chapéu também trabalhar extremamente bem.
Embora esses dois fatores (roteiro e interpretações) sejam os pontos mais altos do filme, ainda assim, sobra destaque para o lado técnico da produção, desde a cuidadosa fotografia de Roger Deakins até a conveniente trilha sonora de Howard Shore, passando ainda pelos cuidados da figurinista Ann Roth e da direção de arte de Peter Rogness. Por mais que eu concorde que a direção do John Patrick Shanley não chega a emplogar, eu ainda assim acho que não é isso que vai tirar do filme todos os outros méritos alcaçados, seja na parte técnica, seja nos trabalhos dos atores e até no roteiro bem adaptado!
Cotação: 9,0
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14 comentários:
Obra injustiçada, não? Merecia mais indicações, e algumas estatuetas.
Fiquei triste pois a Meryl merecia mais o prêmio do que a Kate Winslet. Apesar do bom trablaho desta.
Para mim é 5 estrelas.
Ps.: Pô, um filme com tantos atores e ainda dirigido por PTA é pedir demais, mesmo. Rsrs!
Abs!
Gostei do filme, interessante suas escolhas para ator e atriz preferidos! direto ao topo!
Marcel, pra mim, junto com Ben Button, é o melhor da temporada. Belíssimo!!! John é impecável na direção e consegue unir teatro com cinema de forma ímpar. Minha nota foi 9,5 =p
Meryl é visceral, Amy é magnífica, Philip é excelente e Viola ótima!
Abs.
O embate entre os 2 atores na sala é de tirar o fôlego e a participação de Viola Davis, apesar de muito rápida, é magnifíca. Abs!
Editora Bicho Esperto, com certeza merecia ser mais lembrada sim. Não só nas indicações, mas na hora de receber os prêmios também!
Cassiano, direto ao topo mesmo! Mas isso é soh uma pequena consequência do talento de ambos. =)
Kau, pra mim "Benjamin Button" e "Dúvida" também foram os melhores!
Denis, concordo em td com seu comentário!
Você sabe que eu gostei do filme, mas não cheguei a achar tão bom assim - especialmente pelos problemas de direção e a fotografia primária. Do elenco, acho que a Meryl Streep merecia todo o reconhecimento, mas o Hoffman apenas repetiu aquilo que vinha fazendo - muito bem, por sinal, mas nada exatamente de novo. Abraço!
Filmasso! A direção tende a ser morna, mas com esse roteiro e o elenco, não poderia dar errado!
É realmente um filme de atuação, e não podiam ter escolhido um elenco melhor. Estão todos espetaculares, não foi à toa que os 4 principais foram indicados, o que é praticamente o elenco inteiro. Pena terem saído de mãos vazias, mas valeu pelo reconhecimento.
Abraço
Vinícius, eu achei o trabalho do Hoffman mais completo que o da Streep, eu tenho tendência a gostar de trabalhos mais contidos, não sei por que.
Pedro, pois é, o roteiro e consequentemente os atores, foram quem fizeram o trabalho andar.
Hugo, realmente uma pena ninguém ter conseguido o Oscar. O problema maior foi a grande concorrencia nas categorias, acho que a que tinha mais chances era a Amy, por já ter sido indicada e por correr em uma categoria onde as concorrentes estavam quase todas no mesmo nível! Abraço.
Marcel, "Dúvida" foi um dos melhores filmes da safra do Oscar desse ano e é uma pena que não levou nenhuma estatueta. Concordo plenamente quando você diz que nenhum diálogo do roteiro deveria ser eliminado. Acho que ficou no ponto! Se eu fosse votante da Academia, votaria no roteiro de "Dúvida" para vencer a estatueta. O elenco é um show a parte, que dispensa comentários. Só reclamo um puquinho do John Patrick Shanley mesmo que, apesar de realizar um bom trabalho, poderia ter ousado um pouco mais - já que o filme acaba exatamente quando tudo começa a explodir em cena.
Eu não tenho nenhuma reclamação a respeito de "Dúvida", ao contrário. para mim é o melhor filme já lançado este ano no Brasil e se fosse possível, daria a ele o Oscar de melhor película de 2008.
Acho o conjunto extremamente preciso e feliz, seja pelo extraordinário roteiro de Shanely, sua direção firme (é claro que não merecia também o Oscar, mas cumpriu seu papel), o elenco afinado, a fotografia, figurinos, enfim, tudo.
Nota: 9,5
Um grande abraço!
Acertou no alvo. É um excelente filme. Pode ser limitado em seu formato, mas possui belas nuances, um elenco afiadíssimo e um roteiro extraordinário.
4 estrelas - 8.5
Ciao!
Matheus, com certeza meu voto na categoria seria de "Dúvida", SE eu fosse vontante! kkkkk Gostei muito de Slumdog, mas gostei mais do roteiro de Dúvida.
Weiner, realmente, grande filme. Mas achei a direção do Shanely muito indiferente, para mim o mérito feio mesmo do roteiro e do grande trabalho dos atores, mas como eu falei, o deslize na direção para mim foi o de menos. O filme continuou sendo ótimo! abraço
Wally, concordo com seu comentário, houve diferença na nota, mas isso é detalhe. rs abraço! =)
de fato o grande charme do filme é seu roteiro e é considerado p mim no conjunto um dos melhores filmes do oscar. a atuaçao de streep é impecável, equilibrada, consegue expressar até mesmo em silêncio, quando nao lhe sobra nada mais que seu rosto e sua voz expostos. gosto mto da brincadeira c o espectador, da leitura nas entrelinhas que o filme incita.
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